ENGESV - ENGENHARIA SUSTENTÁVEL

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ENERGIA LIMPA

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A VERDADE SOBRE OS PRODUTOS BIODEGRADÁVEIS


A biodegradabilidade de compostos orgânicos é um assunto técnico que leva a muitas conclusões equivocadas.

Atualmente várias empresas fazem propaganda ressaltando que seus produtos são biodegradáveis. Isso virou praxe no ramo de produtos de limpeza, por exemplo.

O público leigo (inclusive muitos técnicos da área ambiental, na verdade) acaba acreditando que um produto dito biodegradável é ambientalmente correto. Há desconhecimento dos conceitos envolvidos.

Praticamente toda e qualquer substância orgânica é biodegradável. Nos sistemas de tratamento de efluentes, por exemplo, são aclimatados microrganismos para degradar mesmo os compostos orgânicos mais refratários. Lembro-me do Professor do Mestrado da UNICAMP falando de um projeto de tratamento biológico que desenvolveu para tratar efluentes de uma indústria de antibióticos. Microrganismos adequadamente aclimatados conseguem degradar até antibióticos.

Portanto, há um erro conceitual. Se o produto for inorgânico ou possuir parcela inorgânica, obviamente não será biodegradável. Porém, se o produto for orgânico, o que importa mesmo é a velocidade da biodegradação. Nesse caso, não significa nada dizer que o produto é biodegradável.

Se a substância for lentamente biodegradável (muitas vezes devido a sua toxicidade), a natureza, certamente, levará tempo para decompô-la. Então, haverá acúmulo desse tipo de substância no meio ambiente, pois a taxa de lançamento será mais elevada do que a taxa de degradação. Tal condição é ecologicamente insustentável.

Vamos usar o exemplo dos detergentes. Todos os fabricantes alegam que seus produtos são biodegradáveis; e efetivamente são. A questão importante é que quase todos os detergentes são lentamente biodegradáveis. Precisam de dias para se decompor. Entretanto, os sistemas biológicos de tratamento de esgotos operam com tempos de detenção na faixa de algumas horas, e não dias. Consequentemente, os detergentes passam direto pela grande maioria dos sistemas de tratamento e acabam prejudicando o ambiente mesmo sendo biodegradáveis.

Há vários ensaios de laboratório específicos para determinar a biodegradabilidade de substâncias orgânicas. O Método Respirométrico de Bartha avalia a degradabilidade de substâncias no solo. Há métodos analíticos específicos para avaliar a biodegradabilidade de tensoativos. Mesmo uma simples análise de DBO e de DQO pode indicar a velocidade da biodegradação da substância.

É preciso ficar claro. Uma empresa que busca um alto desempenho ambiental deve exigir ensaios de biodegradabilidade dos seus fornecedores de matérias-primas e insumos. Somente assim terá condições de decidir pela compra ambientalmente mais correta. Saber apenas se o produto é biodegradável não é suficiente.

O consumidor também deve exigir das empresas os ensaios que comprovam a velocidade da degradação de seus produtos alegadamente biodegradáveis.

Fonte: Luiz Carlos Porto, Eng., MSc.
Silva Porto Consultoria Ambiental

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Gerentes de Projetos


Próximo à virada deste século, eis que se destaca uma nova tendência na Administração Moderna, o Gerenciamento de Projetos. Devido ao fato da maioria das Empresas hoje se encontrarem em um momento de mudanças, seja na Reestruturação Organizacional, no lançamento de Novos Produtos, na implementação de um Software E.R.P., ou mesmo no Planejamento da Manutenção Preventiva, cada um destes eventos fora da rotina deveria ser visto como um Novo Projeto, que possui vários passos à serem programados, recursos à serem administrados, prazos que precisam ser cumpridos, e um caminho crítico (restrição) a ser conhecido. Não que o Gerenciamento de Projetos seja um assunto novo - não é - mas o fato é que este tema vem despertando o interesse de mais e mais profissionais e empresas em todo o mundo.

Por exemplo, na tendência de aumentarmos a utilização dos nossos recursos industriais, a Manutenção Preventiva, ou Planejada segue como a ferramenta mais adequada e eficáz nesta área. Como implementá-la sem enxergá-la como um Projeto ?  Como executá-la nos dias de hoje, utilizando-se do mínimo de recursos possíveis ? Como vender a idéia para a Direção da Empresa, sem mostrá-la como uma série de atividades sistêmicas e sincronizadas, que em sendo aplicadas e bem gerenciadas reduzirão os seus custos industriais ao invés de aumentá-lo com uma estrutura pesada e arcaica, como no passado?
 
Esta forma de se conduzir projetos não é uma onda passageira e provavelmente vai afetar a sua carreira, de alguma forma. Cada vez mais os profissionais serão expostos a condução de projetos, sem se esquecer da administração da rotina do dia a dia, caracterizando o cenário que temos encontrado em quase todas as Empresas no mundo.

Gradativamente, uma massa crítica de profissionais esta se qualificando com o perfil esperado pelas empresas para enfrentar estes novos tempos, repletos de ameaças e oportunidades. São os pioneiros empreendedores que implementam vantagens competitivas nas empresas, pessoas que “fazem acontecer”. São eles os modernos Gerentes de Projetos.

Você deve concordar comigo que diversas empresas, aqui no Brasil, fizeram muito bem seus “deveres de casa” - formalizando suas rotinas e demostrando disciplina - conforme propõe a série de normas ISO-9000. Agora, os próximos passos consistirão em sistematizar a implementação das inovações - dados os crescentes investimentos no Brasil - algo, digamos, “fora da rotina”. Alias, esta é uma das definições do conceito de Projeto, um conjunto de atividades que não fazem parte da “rotina”, gerando uma nova ordem nas coisas. Enfim, a questão toda se resume na conclusão de que realmente precisamos planejar e controlar melhor nossos projetos, como um empreendimento, que deve alcançar seus objetivos e gerar resultados efetivos.

As razões por trás do crescente interesse pelo tema, acreditamos, tem origem na exigência do mercado por empresas cada vez mais competitivas, rápidas e produtivas. Outro fator preponderante é a expressiva disseminação da tecnologia de informação e dos softwares específicos para gestão de projetos, que colaboram com a divulgação das soluções existentes.

A partir da percepção desta necessidade, a IMAM promoveu em maio passado o seminário de Gerenciamento de Projetos “Empreendendo o Futuro”, onde comprovamos o grande interesse das empresas pelos conceitos, experiências práticas, técnicas e ferramentas relacionados aos Processos (inicialização, planejamento, execução, controle e encerramento) e Áreas de competência (qualidade, escopo, custo, tempo, RH, aquisição, comunicação, riscos e integração).

Concluindo, existe muito trabalho a ser realizado para estruturar e sistematizar uma cultura de projetos nas empresas, e é por esta razão que uma abordagem sistematizada é fundamental. Norteando estes esforços, existem o PMBOK e a ISO-10.006, ambos diretrizes internacionais para o gerenciamento de projetos, inclusive atrelado a um processo de certificação destes profissionais.

Maiores informações: www.danielgasnier.com
Email: engenharia@engesv.com.br
Site: www.engesv.com.br

Fonte:
Título:
Tendência Emergente
Assunto:
Gerenciamento de Projetos
Autor:
Daniel Gasnier
Mídia:
Jornal do IMAM - Edição nº 7/98